quarta-feira, 30 de maio de 2007

Até que a vida nos separe


Michel Santana

Por volta das 20h da noite uma figura limpa as arquibancadas com um rodo, um pano úmido e um balde de água. Ele esfrega todas as fileiras com calma, às vezes até com alguns assobios. Esse personagem é Sérgio Viana, 56, que é ator, dá aulas de canto coral e é colaborador Teatro Oficina Perdiz. Todo esse preparo é para a peça “Até que a vida nos separe” , exibida às 21h e interpretada pela atriz Ruth Guimarães. A peça foi escrita por Ricardo Guilherme, que segundo Ruth, “traz a xoxota na alma”.

Mais ou menos 20:45h ocorre um pouco de tensão, cadê o público? “Aqui em Brasília em plena terça-feira e a essa hora o pessoal não tem hábito de ir ao teatro”, comenta Viana ao blog Jornalistinha. Um velho ditado resume a situação: “de grão em grão e galinha enche o papo”. E aos poucos foram chegando pessoas para assistir a apresentação.

A peça fala sobre o amor, sobretudo, no casamento. Se trata de um monólogo, com questionamentos de como um homem deve amar a mulher e vice-versa. “O amor não é mais um substantivo, mas sim um verbo”, interpreta em uma das frases do monólogo Guimarães. Na encenação Ruth dá um show de expressividade, direcionando sua atuação aos poucos, mas fiéis 15 espectadores.


Entre o público presente estava o inglês Donald Hyams, que veio do Rio de Janeiro e está a passeio em Brasília. Ele acompanhou a peça e disse que o contraste da oficina e das peças cria uma identidade. “É uma delícia, é algo bastante engenhoso e verdadeiro.”, comentou.

Após o final da peça Ruth deixou um recado não só para o GDF, que queria derrubar a Oficina, mas para todos os cidadãos de Brasília que pretendem preservar o Perdiz.

“Perder o Perdiz é perder a memória de Brasília”

Programação da Oficina do Perdiz para os próximos dias:


Quarta-feira (30/05): Apresentação do filme “Teatro Oficina Perdiz” às 21h, de Marcelo Dias.
Quinta-feira (31/05): Monólogo “Saída de Emergência”, apresentado por Zé Regino (horário não confirmado).

No dia 01 de junho vão começar as 24h de atividades do “Teatro Oficina Perdiz”. A maratona começa às 18h desta sexta-feira e vai até as 18h deste sábado. Na sexta será apresentada a peça “Quem fez 68 não faz 69”, interpretada por Ruth Guimarães, que faz uma pequena sátira a ditadura militar.

No sábado vai ser a vez do monólogo “Cobra Norato”, interpretada por Sérgio Viana. A apresentação conta o mito da “cobra grande da Amazônia”.

(Fotos cedidas pelos colegas Arthur Gouveia e Bruno Flores, que assistiram a peça)

Para mais informações ligue no número: 3273-2364 e fale com Marcos Pacheco.

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