terça-feira, 22 de maio de 2007
Um dos mitos jornalísticos
Michel Santana
Em trinta de abril de 1914 nascia uma figura que se tornaria ora comunista, ora direitista. Hoje, 22 de maio de 2007, faz trinta anos que esse homem deixou nosso plano. Essa pessoa foi jornalista, escritor, político, inclusive foi até aspirante a Presidência da República. Foi um oponente ferrenho à Getúlio Vargas e deixou uma herança, o Jornal Tribuna da Imprensa. Ele mesmo, Carlos Frederico Werneck de Lacerda.
Lacerda teve aspirações comunistas quando jovem, mas ao perceber que a ideologia atrapalharia seus próprios caminhos acabou desvinculando-se dela. Foi membro da União Democrática Nacional (UDN), deputado federal e chegou a ser governador do então Estado da Guanabara, no Rio de Janeiro.
Conheço Lacerda apenas pelos livros, e pela visão que tive me pareceu ser uma pessoa bastante eloquente, porém com uma visão um pouco estreitada. Em “Minha Razão de Viver”, de Samuel Weiner, degustei e caí em gargalhadas das histórias dele e de Weiner. Afinal, eles foram amigos, mas com o tempo, se tornaram grandes inimigos, não preciso nem dizer porque não é? Preciso. Na verdade, um dos fatores que mais separaram essas duas grandes figuras jornalísticas foi o fato de Samuel simplesmente ter um jornal populista, que servia à Getúlio.
Carlos Lacerda foi um dos principais responsáveis pelo “tiro no coração”. Após sofrer uma atentado, que não o matou, suspeitou de que teria sido a mando do Palácio do Catete. Na tentaiva de homicídio a vítima foi um major da aeronáutica, que se pré-dispôs a defender Carlos de ameaças. Dizem que quem vê a vida passar pelos olhos fica mais forte, e com Lacerda foi o mesmo. Aproveitou seu veículo, o Tribuna da Imprensa, e disparou denúncias contra Vargas, exigindo que o Presidente renunciasse.
Me lembro de uma frase que Vargas comentou quando a perícia comprovou que houve participação do Catete: “Acho que estou sobre um mar de lama”. O “pai dos pobres” tinha seus dias contados.
Antes de morrer, Lacerda deixou além do Tribuna a editora Nova Fronteira, que inclusive publicou o Dicionário Aurélio. O Jornalista morreu aos 63 anos, só não me perguntem como.
(foto do site www.bairrodocatete.com.br/getuliovargas2.html)
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